Blog da ESSOR

A igualdade de gênero é um tema amplamente discutido, sob diversos ângulos, que ainda se mostra bastante atual e pertinente em variados setores da sociedade. No mundo corporativo, especialmente, no setor de seguros, a presença feminina representa cerca de 55% do total de funcionários das seguradoras, segundo pesquisa “Mulheres no Mercado de Seguros no Brasil”, coordenada pela Escola de Negócios e Seguros (ENS),lançada em 2022.

Para falar mais sobre a participação das mulheres no mercado de seguros, conversamos com Vanessa Arteaga, CFO das companhias do Grupo SCOR no Brasil, dentre as quais está a ESSOR, que há 12 anos participa do desenvolvimento da Seguradora ESSOR no Brasil. Como uma executiva em um segmento que foi, por muito tempo, exclusivamente masculino, Vanessa fala sobre sua trajetória, sua percepção sobre a presença feminina e a atuação de mulheres em cargos de liderança no setor de seguros. Acompanhe a entrevista.

Como começou sua trajetória no setor de seguros?

V.A. Iniciei minha trajetória em 1999, quando entrei na PwC e fui alocada na equipe de auditoria de uma grande seguradora. A partir dessa experiência, fui alocada para auditar outras seguradoras e, nos 13 anos em que fiquei na PwC, me especializei nesse segmento.

Como você começou na ESSOR?

V.A. Estou na Seguradora desde 2012 e entrei como Controller. Posteriormente, fui promovida a CFO da ESSOR. Em 2018, fui designada como CFO das empresas do Grupo SCOR no Brasil.

Qual sua percepção sobre o protagonismo feminino no setor de seguros?

V.A. A participação da mulher no setor de seguros vem ganhando força ano após ano. Atualmente, observo que no mercado há equidade na força de trabalho entre homens e mulheres. Contudo, a representatividade das mulheres em cargos executivos ainda é desigual.

Como você mencionou, a presença feminina em cargos executivos é ainda menor. Em sua própria trajetória, como você vê a ascensão de mulheres no mercado? Quais aspectos você poderia destacar?

V.A. Observo uma mudança gradual nas prioridades das mulheres. Vejo que muitas, atualmente, estão postergando a maternidade em prol da ascensão na carreira, buscando se firmar profissionalmente.

Cada vez mais, as empresas se dão conta da real importância de ter mulheres no ambiente corporativo e estão promovendo ações que busquem a igualdade e a diversidade em seu quadro de executivos. Quando falamos de igualdade, o conceito vai além da predominância feminina, englobando também uma igualdade de oportunidades e reconhecimento.

Qual sua avaliação, enquanto líder, sobre a atuação de mulheres no setor de finanças de grandes companhias? Há receptividade no mercado para mulheres nessas posições?

V.A. Historicamente, o setor de finanças sempre apresentou maior representatividade masculina nos ambientes corporativos. Contudo, observo que a busca das empresas por desenvolvimento de iniciativas que fomentem a presença feminina está crescendo no setor.

Como você avalia a atuação das empresas, no âmbito do seguro, no tocante à equidade na ascensão profissional para homens e mulheres?

V.A. Vejo um crescimento gradual na tendência em investir em ações que promovam a igualdade de gênero e a concessão de poder às mulheres no mercado. No entanto, a velocidade da mudança para fechar as lacunas existentes precisa ser acelerada. Isso requer compromissos externos, passando da conscientização à ação.

Na sua concepção, quais ações deveriam ser implementadas para que mulheres sejam reconhecidas e alcancem cargos de liderança no mercado de seguros?

V.A. Dentre as ações que considero importante, posso destacar:
– Garantia de oportunidades iguais para obter as habilidades, experiência e orientação necessárias para incentivar as mulheres em posições de liderança.
– Flexibilidade para conciliar a maternidade com a carreira.
– Foco na criação de culturas de trabalho inclusivas.
– Treinamento de mentoria e liderança.